terça-feira, 27 de outubro de 2015

Deu pau

Ando cada dia mais neurótica,
Cada dia mais ansiosa,
As vezes sinto meu coração inchar no meu peito,
Trabalho dura de nervoso,
Sabendo que tenho que acabar a tarefa antes do almoço pra ser revisada e alterada 5776 coisas, as quais devo acabar para poder ir embora.
E se eu saio depois das 17 a possibilidade do ônibus travar no corredor é muito grande, o que vai fazer eu chegar 40 minutos depois na faculdade o que configuram 40 minutos a menos de obrigações cumpridas.
Que vão gerar enfim, no mínimo 1h a menos das poucas horas que tenho para fazer o que tiver vontade.
E dependendo da quantidade de obrigações essa hora pode ser crucial, e transformar "o que eu tenho vontade de fazer" em apenas sono, que não passa de mais uma obrigação.
Tenho a teoria de que um dia vou pirar,
Assim de uma hora pra outra, ter um colapso com todas as dores que já guardei em mim, e virar uma dessas doidas que andam pela rua, com o cabelo todo bagunçado e sujo, um moletom velho e falando um monte de frases cheias de amargura pra ninguém ouvir.
Talvez o Felipe me tire da rua e me ponha em uma dessas clínicas de velhas loucas, mas a essa altura da vida é muito pouco provável que eu aceite.
Acho que no ponto em que estamos só um "bug do milênio" pra nos salvar,
O que iria sobrar de você se tudo que tivesse não fosse virtual?
Eu tenho algumas fotos reveladas pouquíssimos relatos escritos, nenhum cd gravado das minhas bandas favoritas, mas sei todas as musicas de cor e tenho amigos suficientes para fazer uma rodinha de violão, alguns livros que me deram e nunca li, folhas e lápis para alguns dias de desenhos sem pressa, talvez assim eu ate entenda aquele detalhe do detalhe do detalhe do detalhe que minha chefe mandou eu fazer e fiz voando, como uma máquina que agora, sem o mundo digital, não carrego mais o fardo de ser.
Sei o horário que você leva o cachorro pra passear, e mais cedo ou mais tarde td mundo ia se encontrar no pub.
Um pane no mundo, de fato não seria nada mal.
Começar tudo de novo, quem sabe certo desta vez.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Me dói olhar para a sua parte da estação e não te ver, dói mais ainda pensar que provavelmente você nunca mais vai estar lá. Mas eu contínuo olhando, esperando, como se você pudesse surgir a qualquer momento, fecho os olhos e vejo você subindo as escadas, seu jeitinho de andar alerta, seus passos de quem da vida só espera calma. Imagino as declarações que nunca foram feitas, as dores não divididas os poucos dias em sintonia. Abro os olhos cheios de saudade, quero você de volta, sorrindo para mim, seu corpo e sentimentos delicados.
Mas o ônibus chega e entendo que você não vem, que vir lhe custa muito e que mesmo se viesse, não estaria livre das dúvidas que te prendem tão longe de mim. Vejo que o que quero é o Bruno que conheci e me apaixonei, mas não aguentamos mais o peso de sermos os mesmos.
Engulo o choro, afinal foi só um sonho que passou.
E digo:
"Pra mim, esse ano acabou."

Espero que você esteja bem,
eu vou continuar tentando,
juntando meus retalhos e fazendo novos planos,
"irreconhecívelmente otimistas".