segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

2015 - Meus homens e meus discos



2015 começou com boas promessas,
O sol brilhava forte como de costume,
Havia uma alusão de uma vida mais leve nos meus dias,
Dei amor a quem merecia, ouvi meu coração, fiz o que ele mandava, quis ser melhor, fui melhor, tomei as rédeas da minha vida de volta.
Tentei não ouvir só coisas deprimentes, conheci o Siba, o Saulo Duarte, dei uma chance pro CD novo do Criolo, pros clássicos da Tropicália.
Tinham festas nas praças todos os domingos e sempre fazia sol, impressionante!
Meus vestidinhos de verão me deixavam leve como uma pluma.
Gente animada, música boa e cerveja gelada passaram a ser meu lema de vida.
Lembro de descer até o parque augusta sorrindo, ou de sentar no deck do largo São Francisco e pensar que eu estava onde eu deveria estar: no caminho.
Mas ai veio o Quarup do Lupe de Lupe, veio o arrependimento, o fogo fátuo, Ágape.
A realidade.
O ~~róquenrou  sempre falou mais alto, não teve jeito, essa tentativa de uma vida mais leve virou um trio elétrico que passou e levou a alegria embora, deixando só sujeira, cheiro de mijo, silêncio e tédio pra quem ficou.
Ai eu encontrei alguém pra dividir minhas bandinhas tristes, com uma personalidade mais próxima da minha, temperamento arredio e um coraçãozinho fofo demais, atribuo a esse, o troféu da saudade do ano.
Num desses dias de desencontros, aprendi a ser feliz ao menos com o que eu escolhi pra mim, já que são tão poucas as coisas que escolhemos nessa vida...
Foi um domingo de chuva íamos apenas nós 3, rolezeiros incansáveis num show da EATNMPTD, num lugar meio fora de mão e eu quis desistir, não queria ser infeliz no domingo a noite, nada pra mim é pior que isso, mas olhei pra rua... eu queria dividir meus últimos momentos de liberdade, respirei fundo e pensei: Eu vou e não vou reclamar de nada!
A partir desse dia nunca mais fui infeliz em um final de semana se quer, nem com as companhias, nem com os lugares ou com o preço da cerveja.
Ai teve Não ao Futebol Moderno, Gigate Animal, remakes de Polara, Zander e afins, incontáveis showzinhos, algumas faltas na aula de terça que valiam à pena. Os Happy Hours de sexta. Companhia garantida pro que der e vier. Me sentia mais eu, via minha personalidade em tudo que fazia e "por mais que meus gostos só me corroam, que minha mente trabalhe contra o meu favor, sou que acordo todas as manhãs com esses olhos".
E como não podia ser diferente, acabou da forma mais EU possível, "um trem descarrilhado".
Nesse momento, eu não notei, mas o ano já havia acabado.
Fiquei aqui,
Olhando pro nada, tipo o gif do Vincent Vega, me restou o Cd do Black Alien o do Ogi... Atmosphere ganhou meu coração, como um gol feito aos 45 do segundo tempo, e eu sigo teu caminho né, é meu caminho também.
Daí pra cá, foram só tentativas incoerentes, apostas falidas e dias fadados ao fracasso.
2015 começou com boas promessas,
e acabou, com os meus sonhos jogados ao chão.

Mas eu sei que as coisas só acabam quando terminam, e "dias melhores virão, dias piores também, tempestades passaram, passarão e outras vêm que vem"